Bispo não aposenta, ele renuncia ao ofício de governar, explica prelado

SANTA CRUZ DO SUL, sexta-feira, 21 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Um bispo não aposenta, o que ele faz é renunciar ao ofício de governar, seguindo a norma do Direito Canônico, explica um prelado brasileiro.

Dom Aloísio Sinésio Bohn, bispo de Santa Cruz do Sul, afirma ter notado que muitos consideram o bispo emérito «como ‘aposentado’, em repouso, qual funcionário público».

«Mas o bispo não se aposenta. Ele renuncia ao ofício de governar ou presidir uma diocese e passa a servir a Igreja de outro modo», afirma, em artigo difundido hoje pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

De acordo com o prelado, o bispo emérito «recebe uma nova missão em prol do bem da Igreja».

«Continua membro do Colégio Apostólico, em comunhão com o Romano Pontífice e, com os demais bispos, corresponsável pela Igreja inteira. Pode participar do Concílio Ecumênico com voto deliberativo e do Sínodo dos Bispos. Numa palavra, assume fortemente a dimensão missionária da Igreja.»

Dom Sinésio explica que o bispo emérito não governa. «Antes assume a função de intercessor da Igreja e do mundo, mediante a oração de caráter apostólico, o conselho forjado na experiência, as obras de caridade, a pregação do Evangelho, a celebração dos sacramentos, o cuidado pastoral dos fiéis, a defesa dos pobres e dos fracos e pode ser juiz eclesiástico».

«É preciso lembrar que o Corpo de Cristo se edifica não só pelo poder e o ativismo, mas muito pela doação discreta da própria vida a Deus e às pessoas, assumindo como Jesus, o sofrimento pela salvação da humanidade. É o sofrimento apostólico tão recomendado aos enfermos e idosos», destaca.

O prelado recorda que, de acordo com o Direito Canônico, ao bispo diocesano que tiver completado setenta e cinco anos de idade, é solicitado que apresente a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice.

«A renúncia pode ser aceita imediatamente, ou demorar algum tempo. O discernimento é do Papa.»

Segundo o bispo, esta norma, fruto do Concílio Ecumênico Vaticano II, é «sábia e oportuna».
«Pois a pessoa, quando perde a capacidade de presidir uma Diocese, pode não ter a percepção exata da conjuntura».

«Cada idade é bela e, colocada a serviço, agrada a Deus e edifica a Igreja de Deus», afirma Dom Sinésio.

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