Diocese de Caicó em festa: Mons. Lucena será ordenado Bispo na Catedral de Sant´Ana em Caicó

A Igreja no Seridó está em festa, com a escolha para o episcopado do primeiro padre da Diocese de Caicó, Pe. Lucena (Mons. Lucena), e convida a todo o povo de Deus a rezar e participar da sua Ordenação no dia 17 de agosto às 9h na Catedral de Sant´Ana na cidade de Caicó/RN. O Bispo ordenante será Dom Heitor de Araújo Sales, Arcebispo Emérito de Natal e os Bispos co-ordenantes serão: Dom Jaime Vieira Rocha Bispo Diocesano de Campina Grande PB e Adminsitrador Apostólico de Guarabira, e Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz OFMCap, Bispo Diocesano de Caicó.
A posse canônica de Dom Lucena será dia 31 de agosto às 16h na Catedral de N. Sra. da Luz, na Cidade de Guarabira PB. Caravanas da cidade de Caicó estão se organizando para participarem deste momento tão importante na vida deste servo de Deus e para Diocese de Caicó.

Nesta Entrevista A Folha, Mons. Lucena fala da expectativa para o dia de sua Ordenação e do chamado de Deus ao Episcopado.

A FOLHA: Como aconteceu seu chamado para ser Bispo? E como o Senhor reagiu?
Mons. Lucena: O chamado para ser Bispo é um chamado gratuito e amoroso de Deus. Um ato livremente querido por Jesus unido ao Pai e ao Espírito Santo. Só podemos compreender o chamado à luz do mistério de Cristo, Pastor. Ele chamou os discípulos e dentre eles, escolheu doze. Assim Ele me escolheu. Não poderia imaginar este acontecimento em minha vida. Estava exatamente há um ano e quatro meses na Paróquia de São Francisco de Assis, de Lagoa Nova, com muitos planos e exercendo outras funções na Diocese. No meado do mês de maio passado, o Núncio Apostólico me chama a Brasília e comunica a minha nomeação para Bispo da Diocese de Guarabira pelo Santo Padre Bento XVI. A nomeação estava protegida pelo Segredo Pontifício até a publicação no dia 28 de maio, às 12 horas de Roma. A primeira reação é de surpresa, em seguida, pensa-se nas limitações e nos desafios inerentes a missão episcopal. Por último, experimenta-se uma paz interior, pois ciente de que foi escolhido por Deus, a resposta a nomeação é dada com o coração feliz e cheio de esperança.
A FOLHA: Faltando poucos dias para a sua Ordenação, como está sendo esta mudança de padre para bispo? O Senhor já parou para pensar na sua nova responsabilidade?
Mons. Lucena: Tudo é novidade. As pessoas já me olham com um olhar diferente. Viam-me como um simples colaborador do Bispo e agora sabem que tenho o serviço de edificar, conduzir e defender a Santa Igreja. Nestes poucos dias já tenho sentido a grande responsabilidade da minha missão episcopal. A mensagem redentora não me pertence: é do Senhor. Não tenho direito de a dispor a meu agrado, nem para aumentar, nem para alterar. O coração se constrange, se enche de uma inquietação terrível, ao pensar que muitos ainda não entenderam nem estão vivendo a mensagem de Cristo. E digo com São Paulo: “Ai de mim, se não evangelizar”.
A FOLHA: O tema de sua escolha é “Lux Vestra Luceat” “Que brilhe a Vossa Luz” (Mt 5,16). Porque o escolheu e o que significa?
Mons. Lucena: São muitas as coincidências. O meu sobrenome significa luz (Lucena). Fui nomeado para a Diocese que tem como padroeira Nossa Senhora da Luz. A oração da manhã (laudes) que rezei na Capela da Nunciatura Apostólica no dia do comunicado da minha nomeação falava da luz. Logo lembrei do Sermão da Montanha: “Vós sois a luz do mundo”. Falei pra mim mesmo: o meu lema será luz. Significa que os discípulos do Senhor devem ser como a luz. Cristo é a verdadeira luz que ilumina todo homem; mas quis que os homens participassem de sua luz, a fim de que pudessem, por sua vez, transmitir a luz para os outros. Eu devo ser luz para todos no ministério episcopal.
A FOLHA: Olhando para trás, como o senhor vê sua caminhada na Igreja nestes anos todos?
Mons. Lucena: Que caminhei, mas poderia ter servido a Igreja com mais amor, com mais disponibilidade e mais abertura ao diferente. Algumas vezes agente se deixa levar pelo medo. De um lado tenho muito o que agradecer e de outro não caminhei o suficiente para a minha santificação.
A FOLHA: Que experiência o senhor traz para o ministério episcopal?
Mons. Lucena: Sem rodeios: o ensinamento dos meus pais, a convivência na minha Paróquia, os serviços assumidos na minha Diocese, experiências na Arquidiocese do Rio de Janeiro e o período que fiquei como Administrador Diocesano da Diocese de Caicó Sede Vacante. Este último foi uma verdadeira escola. Um estudo permanente e oração diária. Ser homem de Deus e da Igreja.
A FOLHA: Partilhe conosco sua expectativa de missão para a Diocese de Guarabira-PB.
Mons. Lucena: A expectativa é grande para estar com aqueles que me foram confiados. Escutá-los, conhecê-los e amá-los. Somar com todos que constroem há décadas uma Igreja viva. Partilhar as alegrias e os sofrimentos. Uma formação permanente do ser discípulo missionário de Jesus Cristo.
A FOLHA: O senhor já se sente acolhido pelo povo de Guarabira?
Mons. Lucena: Sim. Desde do dia da minha nomeação que o povo de toda a Diocese não mede esforço para expressar a alegria de receber este servo enviado por Deus até eles. As visitas, mensagens, entrevistas, reportagens, telefonemas, convites etc de sacerdotes, autoridades constituídas, diáconos, seminaristas, religiosas, religiosos, leigos, movimentos, pastorais, serviços e de diversos seguimentos da sociedade guarabirense. Sinto-me tão acolhido, que aumenta a minha responsabilidade de acolher todos sem distinção. Formaremos uma grande família. Acolher e se sentir acolhido é ser luz.
A FOLHA: Uma palavra que marcou a sua vida e conduz os seus passos.
Mons. Lucena: Deus. Ele me chamou a ser gente, cristão, diácono, sacerdote e Bispo. É pela vontade de dEle que tenho vida e sou Bispo. Quem caminha com Deus tem a luz e não tropeça.
A FOLHA: Neste mês vocacional, que mensagem o senhor deixa aos nossos leitores que sentem um chamado a vida religiosa?
Mons. Lucena: Não olhem para trás. Não tenham medo dos desafios. Cristo é verdadeira realização do homem e da mulher. O “SIM” ao chamado de Cristo é o sentido e a renovação da vida. Coragem! Compromisso!
A FOLHA: Neste espaço faça um convite especial aos nossos leitores para sua Ordenação.
Mons. Lucena: A graça da Ordenação Episcopal faz uma pessoa mestre, sacerdote e pastor para guiar a Igreja com a mesma autoridade de Cristo. Ela envolve todos. Venham participar desta graça no próximo dia 17, às 9h, na Catedral de Caicó. E leve também esta graça ao povo da Diocese de Guarabira, participando da posse do seu novo pastor, no próximo dia 31, às 16h, na Catedral de Guarabira. “Que brilhe a Vossa Luz”.

Mais informações:
Mons. Lucena explica que escolheu o dia 17 para a sua ordenação por ser o dia dedicado à Assunção de Nossa Senhora. Sobre a escolha de Dom Heitor para ordenante, ele diz: “Dom Heitor, por ter sido bispo de Caicó, me acompanhou, durante o período do Seminário, além de ter me ordenado padre. Por isso, o escolhi para me ordenar bispo também”.

Antes da ordenação, Mons. Lucena participa de um encontro para novos bispos, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, de 11 a 15 de agosto, em Brasília.

Durante o encontro, os novos bispos refletem sobre orientações litúrgicas, teologia do episcopado, perspectiva da ação evangelizadora, questões jurídico-práticas do ministério episcopal, entre outros assuntos.


Fonte: Jornal A Folha do Seridó

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