Afirma o arcebispo emérito de Vitória (Brasil) em missa pelos bispos retirados
Por Alexandre Ribeiro
INDAIATUBA, quarta-feira, 9 de abril de 2008 (ZENIT.org).- Segundo um arcebispo emérito brasileiro, a Igreja ainda hoje continua a ser perseguida de muitas formas, entre elas quando se tenta separar a religião da razão, quando a instituição é utilizada como meio de promoção pessoal e também quando por meio dela se buscam outros tipos de interesses particulares.
Dom Silvestre Scandian, 76 anos, arcebispo emérito de Vitória, abordou o tema da perseguição sofrida pela Igreja nos dias atuais na missa que presidiu esta manhã em homenagem aos bispos eméritos, na 46ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), evento que acontece até esta sexta-feira em Itaici (São Paulo).
No contexto da primeira leitura do dia (At 8, 1b-8), Dom Scandian recordou a perseguição sofrida pela Igreja de Cristo «não só nos três primeiros séculos do cristianismo, quando o fenômeno foi «muito cruel e abrangente».
«Mas em todos os tempos a Igreja tem sido perseguida. Essa perseguição continua até hoje. Vários irmãos bispos nossos estão experimentando na pela essa perseguição», disse, lembrando os prelados brasileiros ameaçados de morte, como, por exemplo, Dom Erwin Kräutler, da Prelazia do Xingu, e Dom Flávio Giovenale, da diocese de Abaetetuba (ambas no Estado do Pará, norte do país).
Ao enfatizar que o próprio Papa João Paulo II afirmava que jamais houve tantos mártires na Igreja como no século XX, o arcebispo considerou: «na verdade, a Igreja sempre foi perseguida tanto mais quanto mais ela testemunhou Jesus Cristo, pois a proposta de Cristo se opõe à proposta do mundo».
«A mensagem de Jesus sobre a pobreza, a mansidão, a justiça, a castidade, a misericórdia e a partilha sempre incomodou o mundo», disse.
Por exemplo, na questão da defesa da vida, Dom Scandian destacou que «o mundo aceita a defesa da vida, desde que não prejudique os seus interesses econômicos».
O mundo «quer a paz, mas promove a guerra; quer o progresso e a igualdade, mas sem partilha; quer a liberdade, mas sem responsabilidade».
«A Igreja continua a ser perseguida por aqueles que separam a religião da razão, por aqueles que fazem da religião um meio de aparecer ou de se promover, por aqueles que buscam mais os bens do próximo do que o bem do próximo.»
No entanto – afirmou o arcebispo emérito –, «nós sabemos que as forças da morte não prevalecerão sobre a Igreja».
Dos cerca de 300 bispos reunidos em assembléia em Itaici, 20 são eméritos. Há ainda outros 110 bispos aposentados no episcopado do país.
Fonte: Zenit
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