Igreja não apóia determinado candidato em São Paulo, diz bispo

A pouco menos de uma semana do segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, um bispo auxiliar da arquidiocese esclareceu que a Igreja não apóia determinada candidatura na cidade.

Em nota difundida à imprensa essa segunda-feira, Dom Pedro Luiz Stringhini, responsável pela Região Episcopal Belém, confirma que, na manhã de sexta-feira passada, houve uma reunião política em sua região.

Segundo o bispo, participaram cerca de 200 pessoas, dentre as quais 40 padres, sendo 9 presbíteros da Região Episcopal Belém.

«Dessa reunião, resultou um manifesto de apoio à candidata Marta Suplicy, que disputa a Prefeitura de São Paulo, intitulado “Católicos pela Justiça, em favor dos mais Pobres”», escreve o bispo. O candidato adversário é o atual prefeito, Gilberto Kassab.

O bispo explica que, dois dias antes, quando ele soube que havia sido marcada a reunião, para a qual os padres estavam sendo convidados, ele estava reunido com 12 sacerdotes.

«Expressei-lhes minha contrariedade e aconselhei a que os padres da Região não participassem», afirma.

«Na sexta-feira, enquanto acontecia a reunião (e eu me dirigia a Itaici para a Assembléia das Igrejas do Estado de São Paulo) já começaram a chegar telefonemas e mensagens de católicos e outros protestando contra a presença dos padres e o referido apoio.»

Dom Pedro Stringhini explica que, «imediatamente, da estrada, telefonei à secretaria da Região, pedindo que avisassem aos 63 párocos da Região que estava proibida a divulgação, nas Igrejas, da referida nota».

Isso «pelo já tão conhecido motivo de que a participação da Igreja na sociedade existe em vista do bem comum e da justiça, mas não é partidária e, por isso mesmo, jamais se posiciona em favor deste ou daquele candidato/a», afirma.

De acordo com o bispo, «por isso, a Igreja não aprova a participação de padres em apoio a um manifesto de caráter político, partidário, eleitoral».

Dom Pedro afirma que, pelo que ele pôde se informar, «de fato não ocorreu a divulgação».

«Peço perdão aos católicos que se sentiram ofendidos e, em nome das comunidades e seus padres, desejo transmitir paz e serenidade», escreve o bispo.


Fonte: Zenit

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