Aproxima-se o dia 05 de outubro, dia das Eleições, o povo exercerá o seu direito sagrado de eleger os seus representantes para os cargos de prefeito e vereador. Este ato cívico é de suma importância. Na democracia, o povo participa como sujeito e não como objeto, como protagonista e não como figurante. Este é o momento do povo proferir sua voz. Até se diz: “a voz do povo é a voz de Deus”, que Deus se manifeste, então, na vontade soberana do povo.
O voto decide o futuro do município e, conseqüentemente, de cada pessoa, de cada família, de cada comunidade e bairro. Por isto, todos devem levar a sério a decisão de escolher bem, pesando o próprio futuro e o da sua cidade. Acertar na escolha dos candidatos é um ato cívico de construção da cidade para todos.
O povo é protagonista quando assume o seu direito democrático de, livremente, escolher os candidatos que têm as melhores condições para exercer a função executiva (prefeito) e legislativa (vereador) no município. O voto livre significa escolher o candidato sem nenhum tipo de pressão. Entende-se por pressão a utilização de qualquer tipo de força para fazer o eleitor votar. A utilização de dinheiro e as ofertas de vantagens financeiras são pressão econômica; pressão de poder e a utilização de qualquer força exterior que venha interferir na escolha do candidato, como a perda do emprego, violência, etc. Estas ingerências na eleição tiram a liberdade do eleitor e se configurar em crime.
O cidadão livre analisa os candidatos a partir da sua consciência, dos seus valores morais, verificando a idoneidade daquele que pretende exercer o cargo político. Ele sabe que toda função política visa o bem da população. Sabe que o prefeito existe para trabalhar pelo bem comum de todos os munícipes. Sabe também que os vereadores existem para legislar, fiscalizar as ações públicas e incrementar políticas que atendam as necessidades da população. Conhecendo estas coisas, confrontando-as com os candidatos, o eleitor escolhe os que, segundo sua própria consciência e liberdade, são os melhores.
O bonito da democracia é o respeito às diferentes opiniões. Cada cidadão tem o direito de pensar segundo o seu universo cultural, suas experiências de vida, seus sonhos e anseios, que geram motivações únicas bem diversas dos outros. A imposição do pensamento único é antidemocrática. A multiplicidade de pensamento enriquece o processo democrático, abre novos horizontes, renova as visões, quebra os círculos viciosos de poder e faz da participação popular um dos fundamentos insubstituíveis da democracia. Neste tempo de eleições, o clima pode parecer difícil, tenso, cheio de conflitos, os ânimos dos candidatos e dos que os apóiam sobem às alturas, mas é o jeito de cada um expor as suas idéias, seus planos e defender os seus pontos de vista. Todas as eleições, aqui e no mundo inteiro, são assim. Depois, tudo passa e o clima volta ao seu normal.
Pensando bem e conhecendo o espírito do momento de campanha e eleições, devemos dar desconto dos ânimos esquentados e olhar o depois das eleições, quando vamos estar todos juntos, no mesmo barco, conduzidos por aqueles que conseguirão a confiança da maioria. Devemos entender que a vida continua e somos todos companheiros de viagem e necessitamos uns dos outros, necessitamos do respeito e da consideração daqueles que caminham conosco. Nunca tratem mal os adversários políticos. Eles são adversários agora, amanhã, vão estar juntos, pensando no bem comum.
O eleitor que vota num determinado candidato deve respeitar o outro que vota livremente naquele que sua consciência indica. Isto é democracia. Sejamos todos construtores de um mundo melhor, votando bem e respeitando o direito dos outros de vota livremente.
O momento das eleições, pois, se reveste de grande valência e ninguém se exclua do direito e do dever de votar e votar bem. Faça da eleição um ato de amor à sua cidade! Peça as luzes divinas para ajudar no discernimento da escolha do melhor candidato para prefeito e para vereador. Vote seriamente e salve a democracia!
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz
Bispo Diocesano de Caicó.
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