Carros de som contribuem para a desconstrução da cidadania, afirma bispo

Em período eleitoral no Brasil, prelado comenta o abuso da poluição sonora

Por Alexandre Ribeiro

BRASÍLIA, quinta-feira, 2 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Às vésperas das eleições municipais no Brasil, um bispo lamenta a intensidade da poluição sonora nas ruas das cidades, afirmando que o fenômeno contribui para a desconstrução da cidadania.

«Desde o mês de agosto aguentamos a proliferação de carros de som com propagandas eleitorais - certamente inúteis», afirma Dom Aldo Di Cillo Pagotto.

Além de onerar os candidatos, esse sistema de publicidade contribui para «a desconstrução da cidadania, provocando a ditadura da zoada, aumentando a poluição sonora», enfatiza, em mensagem difundida esta semana pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
De acordo com o bispo, a poluição sonora «tolhe-nos ainda mais os poucos espaços, a qualquer hora do dia, da noite ou da madrugada».

«Perdemos a liberdade de concentração no trabalho, de caminhar mais tranquilamente pelas ruas ou de um justo e indispensável repouso, dentro de nosso próprio lar, refazendo nossas energias e destinando atenção para os nossos semelhantes.»

Dom Pagotto considera que «a onipresença da barulhada provoca em nós a neurastenia crônica, perseguindo-nos qual tortura chinesa».

«Percebem os caros leitores (e eleitores) como dificilmente conseguimos nos concentrar, mantendo uma conversa amena, trabalhando ou estudando?»

«Em quaisquer ambientes somos incomodados pela poluição sonora, inoportuna, irritante. Nossa liberdade está cerceada, definitivamente», afirma o bispo, destacando que «a complacência do poder público favorece a violação dos direitos dos cidadãos».

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