Elementos que empobrecem celebração litúrgica, segundo cardeal

Para Patriarca de Lisboa, quem preside é o «principal responsável» pela qualidade

Por Alexandre Ribeiro

LISBOA, segunda-feira, 19 de maio de 2008 (ZENIT.org).- Ao pedir um maior esmero com a Liturgia, o Cardeal-Patriarca de Lisboa adverte sobre alguns elementos que empobrecem a celebração litúrgica.

Na carta pastoral que Dom José Policarpo escreveu na celebração dos 30 anos de seu ministério episcopal, texto difundido este domingo, o Patriarca comenta em um dos pontos que «a Liturgia é sempre a celebração, pela comunidade dos crentes, do mistério de Cristo Redentor».

«Ela deve exprimir esse mistério e envolver os participantes no seu carácter sagrado», afirma.

Segundo o cardeal, identificam-se «facilmente aqueles elementos que empobrecem algumas das nossas celebrações, tornando-as demasiadamente ação humana e ofuscando o carácter de ação de Deus a favor do Seu Povo».

Dom José assinala então a «má proclamação da Palavra de Deus; demasiados discursos durante a celebração, abundância de palavra humana que ofusca a Palavra de Deus; isto inclui, por vezes, a própria homilia, destinada a ajudar a escutar a Palavra do Deus vivo e a descobrir os caminhos de resposta, na fidelidade».

Também a «má qualidade e a falta de mensagem religiosa dos cânticos, que deveriam ser uma expressão da oração e do louvor; a ausência quase total de silêncios; o exagero de gestos simbólicos de má qualidade, como é o caso de certos ofertórios; a introdução de textos profanos durante a própria ação litúrgica».

O Cardeal-Patriarca enfatiza que os sacerdotes devem ter «consciência que aquele que preside à celebração é o principal responsável da sua qualidade».
«A Liturgia é a oração da comunidade e, por isso mesmo, a principal escola de oração pessoal», afirma.

Segundo Dom José Policarpo, um dos elementos que «nos permite aferir da qualidade da Liturgia que celebramos é verificar se ela é, em si mesma, momento de oração comunitária e se motiva os cristãos para a prática da oração pessoal».

«Uma Igreja onde os cristãos não rezam, não é a Igreja que Deus quer e torna-se incapaz de ser sinal de esperança no mundo de hoje», afirma.

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